A Dieta Low carb tem vários benefícios. Leia alguns estudos a favor dessa dieta.
A adiponectina é um hormônio peptídico com 224 aminoácidos. que é produzido no tecido adiposo e possui várias funções em nosso organismo, como: controle da ingestão alimentar, homeostase energética, proteção contra aterosclerose e o aumento da sensibilidade à insulina.
Uma pesquisa com pessoas obesas divididas em grupos, analisou o papel de macronutrientes em dietas de perda de peso para melhorar a adiponectina sérica. A perda significativa de peso aumenta a adiponectina, reduzindo os riscos de doenças.
Esse estudo, obteve como resultado uma redução de peso de 10% num período de 4 a 6 meses de dieta acompanhada por nutricionistas, da dieta Low Carb. Em relação ao peso inicial e aumento significativo na adiponectina, em indivíduos que seguiram uma dieta de baixo teor de carboidrato, baseada nos critérios de Atkins, enquanto os indivíduos que 20 ingeriram uma dieta com baixo teor de gordura perderam apenas 5,4% do seu peso inicial e não apresentaram qualquer mudança na adiponectina (SUMMER et al, 2011).
Em relação a adiponectina, outro estudo com duração de 6 meses, realizado com crianças e adolescentes de 8 a 18 anos, obteve como resultado que os indivíduos em uma dieta restrita em carboidratos <20g/dia com aumento gradual até 40g/dia, tiveram os níveis de adiponectina significativamente aumentados, além de uma perda de peso maior, melhora nos parâmetros relativos a sensibilidade e resistência a insulina, quando comparado a indivíduos que seguiram uma dieta de baixa gordura, entre os dois grupos da dieta não houve diferença significativa entre os níveis de HDL, LDL colesterol e triglicerídeos, porém no grupo que teve restrição de carboidratos a concentração de HDL mostrou um aumento relativo que tendia a ser maior nesse grupo, portanto o presente estudo concluiu que os resultados suportam que a dieta cetogênica pode ser uma alternativa viável para perda de peso e melhora metabólica em crianças e adolescentes, mas alerta que novos estudos devem ser realizados para confirmar se estes efeitos benéficos persistem em uma intervenção a longo prazo (PARTSALKI et al, 2012).
Na mesma linha que o estudo anterior, o presente estudo realizado em 12 semanas, também em adolescentes com sobrepeso, observou os efeitos satisfatórios da dieta de baixo carboidrato na perda de peso, onde foi utilizado no início do estudo 20g/dia de carboidrato, aumentando até a 40g/dia, como resultado observou que os que tiveram uma restrição diária de carboidrato perderam 9,9 kg e os que tiveram uma restrição de gordura perderam apenas 4,9 kg, além da perda de peso, o grupo de baixo carboidrato tiveram seus níveis de triglicerídeos diminuídos e os níveis de HDL aumentados, porém os níveis de LDL não melhoraram no grupo de baixo carboidrato e melhorou no de baixa gordura, portanto os resultados do estudo sugerem que a dieta restrita em carboidratos é eficiente para indivíduos em que a obesidade é a principal queixa e possui perfis lipídicos normais, ou com anormalidades em relação a triglicerídeos e HDL, sendo assim o plano dietético possui vantagens consideradas (SONDIKE et al, 2003).
Ainda em relação aos benefícios de uma dieta restrita em carboidratos, um estudo de 12 semanas, realizado em indivíduos adultos com sobrepeso e com dislipidemia aterogênica, observou que o grupo que ingeriu uma dieta pobre em carboidratos, onde no estudo presente usou 12%, obteve uma perda de peso maior, contribuindo para melhor função vascular, não mostrando nenhuma evidência de disfunção vascular em resposta a uma refeição rica em gordura, portanto os autores concluíram que a dieta restrita em carboidratos beneficia características da síndrome metabólica, incluindo função endotelial (VOLEK et al, 2009).
Sobre a síndrome metabólica, um estudo com duração de 12 semanas, realizado em adultos, adicionou a dieta restrita em carboidratos com 30% do valor energético, a ingestão diária de 3 ovos inteiros por dia, em indivíduos que foram escolhidos aleatoriamente e como resultado obteve que a adição dos ovos a uma dieta pobre em carboidratos para perda de peso, resultou em melhorias no plasma, nos biomarcadores inflamatórios e na composição corporal em adultos com síndrome metabólica (BLESSO et al, 2013).
A dieta de baixo carboidrato tem se demonstrado eficaz em curto prazo para a perda de peso, diminuição dos níveis de triglicerídeos, aumento do HDL, aumento da adiponectina e, além disso, em relação aos pacientes diabéticos também tem sido relacionada a melhorias na resistência a insulina, controle glicêmico, diminuição da HbA1c e redução dos medicamentos hipoglicemiantes, mas em relação a dieta restrita em carboidratos e a diminuição dos níveis de LDL, os estudos que relaciona a dieta com benefícios nesse parâmetro ainda são escassos, a maioria deles não encontrou vantagens em restringir a ingestão de hidratos de carbono para diminuir os níveis de LDL.
Mas, o LDL é de fato um vilão? Precisaremos realmente diminuir seus índices? Ou, diminuindo o carboidrato, esse LDL não será oxidado, sendo assim, ele torna-se uma lipoproteína importante e essencial para nosso corpo.
O grande vilão, é a LDL oxidada, pois ele sim, é um fator de risco para doença cardiovasculares. O LDL é facilmente susceptível à oxidação em condições de EO, que resultam no LDL oxidado (LDL-ox), e tem algumas características aterogênicas.
Referências:
Soltani, Adele, et al. "LDL oxidada: Como um fator de risco para doença cardiovascular no transplante renal." Brazilian Journal of Nephrology 38.2 (2016): 147-152.
BEEFPOINT, Equipe. Dieta low-carb: porque reduzir o consumo de carboidratos ajuda a perder peso. 2016.
DE MOURA, Layse Ramos. Dieta de baixo carboidrato: uma revisão de literatura. 2015.