Os artigos abaixo, nos apresentam conceitos claros sobre a Hipertensão e a Aterosclerose; apresentam as incidências e estudos que estão sendo realizados pelos órgãos competentes, a fim de promover terapias de prevenção e promoção na saúde.
As soluções apresentadas, desperta diretamente no profissional da saúde (em especial o Nutricionista – mesmo não o mencionando em ambos os textos) para apresentar soluções através de reeducação alimentar e estilo de vida saudável para evitar essas patologias, que se apresentam com maior incidência em pessoas acima de 45 anos, mas já tem apresentado em pessoas mais jovens, mesmo sendo de médio e baixo risco.
Sendo assim, para a Hipertensão, destacou-se os polifenóis como antioxidantes encontrados em chás, frutas, verduras e vinho tinto consumido moderamente; para a Aterosclerose, um cuidado especial com os lipídios e evitar os alimentos inflamatórios que provocam injúria endotelial e formação de trombos.
Faz-se importante entender a biologia básica de todas as causas que podem desencadear ambas as enfermidades e buscar alimentos adequados para apresentar aos pacientes uma reeducação alimentar associada a um estilo de vida menos estressante, promovendo sua saúde, mesmo que o paciente não esteja na faixa de alto risco, pois há fatores que são assintomáticos e sendo descobertos em situações que não poderão serem evitadas e sim tratadas. Prevenir é melhor que remediar, e o nutricionista tem um papel fundamental nesse desafio que é, educar o paciente a se cuidar antes mesmo de estarem doentes.
Angela Dia
📷Flavonóides e Hipertensão
Araújo, Paulo Webster Bezerra de, et al. "Flavonóides e hipertensão." Rev. bras. hipertens (2005): 188-189.
· A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é considerada um dos principais fatores de risco de morbidade e mortalidade cardiovascular e é um dos principais agravos à saúde no Brasil.
· A hipertensão arterial afetou cerca de 50 milhões de pessoas nos Estados Unidos em 1998, colocando a população em um risco elevado de doenças cardiovasculares, derrames e disfunção renal.
· Os riscos de doenças cardiovasculares estão relacionados à pressão sanguínea; entretanto, a diminuição da pressão sanguínea até um valor normal através de meios dietéticos pode diminuir os danos secundários da hipertensão.
· Ocorrências:
· Hipertensão arterial ocorre em cerca de 11-20% da população adulta >20a
o forte relação com 80% dos casos de AVE (Acidente Vascular Encefálico)
o 60% dos casos de doença isquêmica do coração
o 40% das vítimas de infarto do miocárdio tem como origem a hipertensão não controlada.
o Regiões que consomem alta ingestão de flavonoides ( Sul da França que consomem vinho tinto), tem menor incidência de Hipertensão.
· Atividades antioxidantes dos flavonoides
· Lipoproteínas de baixa densidade (LDL) podem ser modificadas por radicais livres que oxidam os ácidos graxos poli-insaturados na molécula de LDL.
· Os flavonoides inibem essa modificação oxidativa de LDLs pela inibição da hidroxilação da LDL ou por oxidação preventiva do α-tocoferol (vitamina E), que está presente em lipoproteínas. Ex: Flavonoides do vinho tinto.
· As propriedades antioxidantes dos flavonoides podem ser benéficas à saúde, já que previnem a oxidação de LDLs.
· O bloqueio da oxidação da LDL, pode diminuir a formação de placas ateroscleróticas que reduzem a rigidez arterial, deixando as artérias mais susceptíveis aos estímulos endógenos de vasodilatação.
· Os radicais livres acentuam a trombogênese pelo aumento da agregação plaquetária, porém, os flavonoides levam a uma diminuição da agregação de plaquetas e uma redução da tendência à trombose.
· Os compostos fenólicos também podem atuar como protetores e regeneradores dos antioxidantes primários do organismo, como o ácido ascórbico (vitamina C), o tocoferol (Vitamina E) e o β-caroteno (Vitamina A).
· Sugestão alimentar
· Consumo de frutas, vegetais e chás protegem o organismo contra derrames, possivelmente devido à atividade antioxidante destes alimentos.
· Os flavonóides compõem uma ampla classe de substâncias de origem natural, cuja síntese não ocorre na espécie humana.
· O consumo contínuo e moderado do vinho, a ingestão de frutas e de vegetais contendo flavonoides podem, efetivamente, inibir as reações oxidativas deletérias aos tecidos, ou ao menos retardar os fenômenos fisiopatológicos da aterosclerose e da trombôgenese.
· Flavonoides da dieta e incidência de doença coronária cardíaca
Os flavonóides protegem contra infarto no miocárdio, diminuindo a incidência em até 50% dos riscos aos que os consomem diariamente aos que os consumem pouca quantidade ou esporadicamente.
O consumo de frutas, vegetais e chás contendo altas concentrações de flavonoides pode levar a uma diminuição da pressão sanguínea e pode dar proteção contra doença coronária cardíaca.
Fisiopatologia e aspectos inflamatórios da aterosclerose📷
Gottlieb, Maria GV, Gislaine Bonardi, and EMÍLO H. Moriguchi. "Fisiopatologia e aspectos inflamatórios da aterosclerose." Scientia Medica 15.3 (2005): 203-7.
A revisão sugere que a aterosclerose é uma doença multifatorial com forte componente genético, ambiental e de resposta inflamatória, associada ao envelhecimento.
O entendimento da biologia básica da inflamação na aterosclerose proporcionaria um melhor suporte clínico que poderia alterar o caminho da prática da medicina preventiva e propiciar benefícios para a saúde pública.
A aterosclerose é uma doença multifatorial, lenta e progressiva, resultante de uma série de respostas celulares e moleculares altamente específicas. O acúmulo de lipídeos, células inflamatórias e elementos fibrosos, que se depositam na parede das artérias, são os responsáveis pela formação de placas ou estrias gordurosas, e que geralmente ocasionam a obstrução das mesmas.
Qualquer artéria pode ser afetada, porém os principais alvos da doença são a aorta e as artérias coronárias e cerebrais, tendo como principais consequências o infarto do miocárdio, a isquemia cerebral e o aneurisma aórtico, ocasionado pelo excesso principalmente pela LDL, lipoproteína de baixa densidade.
Há duas fases da evolução da doença aterosclerótica.
1. A fase “aterosclerótica - formação anatômica da lesão aterosclerótica, devido aos “fatores de risco de lenta evolução e sem manifestações clínicas dramáticas;
2. A fase trombótica, influenciada pelos “fatores de risco trombogênicos” que determina a formação aguda de trombo sobre a placa aterosclerótica, causando eventos agudos coronarianos, como infarto do miocárdio, angina instável e morte súbita.
A doença aterosclerótica é causa primária de 50% de todas as mortes relacionadas com infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC) e tem maior incidência em pessoas acima de 45 anos. Em regiões onde prevalece um estilo de vida saudável e dieta adequada, há menor incidência dessa patologia. Ex: Groenlândia, Islândia e Japão.
RESPOSTA INFLAMATÓRIA, INJÚRIA ENDOTELIAL E MECANISMOS DE FORMAÇÃO DA PLACA ATEROSCLERÓTICA.
A aterosclerose é postulada como uma doença de acúmulo de lipídeos, porém, estudos recentes relatam que, elementos fibrosos e inflamatórios, injúria endotelial vascular, pode resultar de anormalidades metabólicas e nutricionais, tais como hiperlipidemias, hipertensão arterial, toxinas exógenas, diabetes mellitus, oxidação lipídica, infecções virais e bacterianas. Há também o fator de risco genético-ambiental.
Aterosclerose além da consequência degenerativa do envelhecimento, há a condição inflamatória ocasionado pela ruptura da placa e formação de trombos.
Múltiplas interações entre plaquetas, linfócitos T, macrófagos, células do músculo liso, moléculas de adesão e componentes genéticos têm sido documentadas e provavelmente promovam o ambiente de inflamação e crescimento necessários para provocar injúria endotelial. Este processo é propagado pelo aumento de transporte por transcitose (transporte de macromoléculas ) da LDL para a camada íntima, verificando-se o acúmulo dessas lipoproteínas, tanto na forma nativa quanto na oxidada, iniciando a formação da placa de ateroma e sua persistência, leva a uma cicatrização inadequada da lesão. Finalmente, pode ocorrer a formação de trombo com a oclusão do lúmem vascular provocando isquemia cardíaca e acidente vascular cerebral.
Muitos indivíduos, independente da idade, podem desenvolver doença cardiovascular na ausência de anormalidades no LDL, por isso, importante efetivar terapias preventivas e de promoção da saúde, para evitar desfechos negativos de doenças cardiovasculares. Entender as causas das possíveis inflamações na aterosclerose, proporcionaria um melhor suporte clínico que poderia alterar o caminho da prática da medicina preventiva e propiciar benefícios para a saúde pública.