Urobilinogênio, Ácido úrico, Nitrogênio uréico e Proteína urinária.
Urobilinogênio: Urobilinogenio é um produto incolor obtido através da redução da bilirrubina. Ele é formado nos intestinos pela ação bacteriana. Uma parte do urobilinogenio é reabsorvida, levada a circulação e excretada pelo rim. Lá o urobilinogênio é convertido a urobilina, substância presente na urina responsável por sua cor amarelada. Isto constitui o 'ciclo enterohepático do urobilinogênio normal'. O urobilinogênio remanescente no intestino(estercobilinogenio) é oxidado a estercobilina, substância de cor marrom que dá as fezes sua cor característica.Uma quantidade aumentada de bilirrubina formada na hemólise, leva a uma concentração aumentada de urobilinogênio no intestino. Em doenças hepáticas (como a hepatite) o ciclo enterohepático do urobilinogênio é inibido, o que aumentada ainda mais os níveis intestinais de urobilinogênio. Numa obstrução biliar, uma baixa quantidade de bilirrubina conjugada chega ao intestino para a conversão a urobilinogênio. Com uma limitada quantidade de urobilinogênio disponível para reabsorção e excreção, a quantidade de urobilina encontrada na urina é baixa. Altas concentrações, no fígado, de bilirrubina conjugada, que é solúvel, entram na circulação onde são excretadas através dos rins. Esses mecanismos são responsáveis pela urina escura e fezes claras observadas no obstrução biliar.
Ácido úrico: O ácido úrico é uma substância produzida no fígado, derivada do metabolismo da purina, um tipo de proteína presente nos alimento que ingerimos. Quanto mais purina ingerimos, mais ácido úrico é produzido pelo nosso organismo ácido úrico mantém-se dissolvido no sangue até níveis próximos de 7,0 mg/dl. A partir deste valor, quanto mais elevada for sua concentração, maior é a chance de cristalização e deposição nos tecidos, principalmente nas articulações, que são as regiões de menor temperatura do corpo. Caso a concentração sanguínea de ácido úrico continue se elevando, a cristalização pode passar a ocorrer mesmo em tecidos mais quentes, como a pele. É importante destacar, porém, que são necessários alguns anos de ácido úrico elevado para se desenvolver a doença gota.
Nitrogênio ureico: Tóxica, a ureia forma-se principalmente no fígado, sendo filtrada pelos rins e eliminada na urina ou pelo suor, onde é encontrada abundantemente; constitui o principal produto terminal do metabolismo proteico no ser humano e nos demais mamíferos. Em quantidades menores, está presente no sangue, na linfa, nos fluidos serosos, nos excrementos de peixes e de muitos outros animais inferiores. Altamente azotado, o nitrogênio da ureia (que constitui a maior parte do nitrogênio da urina), é proveniente da decomposição das células do corpo e também das proteínas dos alimentos.
Proteína urinária: Em condições normais, o sangue passa pelos rins onde é filtrado pelos glomérulos, e o produto da filtração é eliminado pela urina. Contudo, várias moléculas presentes na corrente sanguínea não devem ser excretadas pelos rins, dentre elas as proteínas. Proteinúria é o termo que indica a presença de proteína na urina e é sempre considerado uma doença.As principais causas de proteinúria são as glomerulonefrites (inflamação dos glomérulos), mas proteinúria pode estar presente, normalmente em quantidades menores, na nefrosclerose (doença renal secundária à hipertensão arterial), na nefrite intersticial (processo inflamatório do tecido renal, entre os glomérulos, sem lesá-los), nas infecções das vias urinárias, entre outras causas menos comuns.A maneira mais precisa de se avaliar a presença de proteínas na urina é por meio da dosagem de proteínas em toda a urina coletada num período de 24 horas (chamada proteinúria de 24 horas). Ela é medida em gramas por 24 horas, sendo discretamente elevada quando temos proteinúria de 24 horas em níveis maiores que 0,05 g; nitidamente elevada quando o nível é maior que 0,5 g em 24 horas; e proteinúria exuberante, chamada proteinúria nefrótica, quando o nível é maior que 3g em 24 horas. Sempre, portanto, que se identifica presença de proteínas em um exame de urina tipo I (sedimento urinário) é preciso repeti-lo, acrescido da de 24 horas.Sempre que se pretende avaliar corretamente a função renal de uma pessoa deve-se, além de exames de sangue, pesquisar a presença de proteína na urina. Esta afirmativa é ainda mais importante em se tratando de indivíduos diabéticos ou hipertensos, porque estas são causas graves de insuficiência renal crônica, visto que proteinúria indica inequívoca lesão renal, embora a lesão seja totalmente assintomática nas fases iniciais e haja uma série de alternativas terapêuticas a ser empregada nestas situações, principalmente nas fases iniciais da doença renal.Proteinúria não é doença e sim a manifestação de uma doença, não devendo ser tratada isoladamente. Deve-se tratar a doença que está causando a perda proteica pela urina. Portanto, sempre que se identifica a presença de proteína na urina, deve-se fazer uma investigação detalhada para identificar a causa da mesma e aí, então, tratá-la, uma vez que as doenças glomerulares são as principais causas de insuficiência renal crônica conhecida.